Você volta pra casa coberto de pó. E de areia. E de terra. E de barro.
De alma lavada, com um sorriso no rosto, querendo repetir tudo de novo no próximo fim de semana.
Se pedalar no asfalto é como nadar numa piscina, fazer trilhas é como pegar praia.
Reservei para este texto que encerra a trilogia sobre bicicletas a minha cereja do bolo: Mountain bike, MTB pros íntimos, é o ciclismo praticado em estradas de terra rurais, trilhas em fazendas ou montanhas e dentro de parques urbanos ou específicos para o esporte, chamados de bike parks.
É o esporte ideal se você gosta de pedalar e curte integração com a natureza!
Você vai assistir vários vídeos neste texto, porque é a melhor maneira de transmitir a experiência que um ciclista de MTB sente ao fazer estas trilhas.
O ciclismo Mountain Bike pode muitas vezes exigir um planejamento mínimo, especialmente quando em longas distâncias por locais isolados.
O equipamento necessário, além da bicicleta adequada, é composto de capacete, luvas, óculos, câmara-de-ar reserva, bomba-de-ar, garrafas com água ou mistura isotônica e alimentos (geralmente barras de cereal, castanhas, frutas secas ou algo rico em carboidratos e fácil de carregar).
É importante que o ciclista possua conhecimentos básicos de manutenção e reparo de bicicletas, se pedalar individualmente, mas acho o mais seguro mesmo sempre praticar MTB em grupo.
Para praticar num nível iniciante não é preciso muito condicionamento físico ou ser um atleta treinado.
Na maioria dos pedais mais leves o condicionamento de uma pessoa normal já é suficiente.
E se as trilhas da sua região forem como estradas rurais, uma bike básica de MTB vai lhe atender.
Já os praticantes mais avançados desenvolvem habilidade, resistência e força.
Encaram subidas e distâncias que realmente impressionam a quem não está acostumado.
Durante a trilha, pode-se encontrar single tracks, percursos de mão única em trechos estreitos, com aproximadamente a largura da bicicleta, que exigem habilidade e precisão.
Todo mountain biker adora, porque quando a trilha aperta, em alta velocidade, com árvores passando perto e o contato próximo com a natureza, a adrenalina vai a mil, é a receita perfeita da diversão.
Nas trilhas mais duras e terrenos acidentados a bicicleta precisa ser específica para o esporte, com os seguintes aspectos:
– Os quadros são reforçados e mais resistentes, porém de materiais leves, como alumínio ou carbono.
– As rodas são também mais reforçadas, de modo a evitar deformação nas ultrapassagens de obstáculos. O diâmetro mais comum é 29 polegadas .
– Usam pneus mais largos e robustos que absorvem os impactos de forma mais eficiente, com cravos, que possuem maior aderência em terrenos enlameados e oferecem maior controle e tração em terrenos acidentados, areia e lama. Costuma-se usar pneus tubeless, sem câmara, menos suscetíveis a furos.
– Tem suspensão, apenas na roda dianteira, chamadas de Hardtail, ou também na roda traseira, conhecidas como Full Suspension, projetadas para oferecerem maior conforto e, consequentemente, reduzir os impactos sentidos pelo ciclista e permitir maior controle da bicicleta.
– As relações de marchas são mais leves que nas bicicletas urbanas ou de estrada, para dar conta dos trechos em aclive. Hoje em dia, o melhor padrão é não ter câmbio dianteiro, onde ficam os pedais, e ter 11 marchas no câmbio traseiro, com o cassete variando de 10 dentes, na marcha mais pesada para velocidade no plano , até 50 dentes, na marcha mais leve, de diâmetro maior, para ter força para as subidas mais íngremes.
– Freios a disco hidráulicos, para maior eficiência e segurança nas frenagens.
Para estimular fortemente um esporte individual no Brasil , costumamos nos espelhar em ídolos. No tênis tivemos o Guga, na natação o Cesar Cielo, no mountain bike também temos um atleta profissional de nível mundial, o Henrique Avancini, 31 anos, atual 2º colocado no ranking de MTB da UCI , que foi campeão mundial em 2018 na categoria XCM (cross-country maratona) . Ele é o atleta titular da equipe Cannondale de competição, por isso insiro esse 3 vídeos promocionais abaixo para terem uma noção de como é praticar o mountain bike a nível profissional:
O mountain bike está se mostrando um esporte tão atual e procurado que começam a surgir algumas áreas planejadas especificamente para o esporte, os bikes parks.
São em geral fazendas ou outras áreas rurais onde foram construídas trilhas planejadas especificamente para o esporte, com variados graus de dificuldade e desafio, para atender desde os iniciantes, que procuram segurança, até os avançados, que buscam desafio e adrenalina.
Eu conheço e recomendo o Zoom Bike Park em Campos do Jordão.
Não irei falar nada dele.
Vou deixar para que a cicloativista Renata Falzoni o apresente para você, neste vídeo abaixo:
Um parente direto do Mountain bike é o cicloturismo, viagens pelo Brasil e pelo mundo para destinos turísticos onde o pedalar na natureza é uma possibilidade ou até mesmo a atração principal do lugar. Alguns lugares que já visitei foram:
Aqui perto de São Paulo, minhas dica de passeios de mountain bike são na região de Mairiporã, a 40 km da capital pela rodovia Fernão Dias.
O relevo é montanhoso e tem muitas trilhas, bem diversificadas, com todos os tipos de terreno fáceis e difíceis: subidas, descidas, single tracks, lama, areia, pedra.
Como disse antes, ao contrário do ciclismo urbano, que pode ser feito individualmente, eu recomendo fortemente fazer mountain bike sempre em grupo e lá eu saio com a Tribo do Pedal Selvagem , do lendário Mazinho.
Outros bons passeios de mountain bike dentro de um curto raio de distância a partir de São Paulo são para Campo Limpo Paulista, Itu-Limoeiro, Joaquim Egídio, Nazaré Paulista, Paranapiacaba e Serra do Japi.
Para fechar , a ultima enquete desta trilogia:
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Que obra prima essa trilogia. Vou começar.
Mountain bike é como ir para a praia…em Cubatão, levar um caldo numa onda de lama, ser assaltado num arrastão e voltar para casa com bicho de pé no corpo inteiro. Prefiro a “piscina”.