Na terra do super Beiçola
Na terra do Super Beiçola, bandido bom é bandido solto. Ou ‘empoderado’, exercendo uma mandato que lhe permita mamar nas tetas de um estado obeso e vergonhosamente ineficiente.
Vestido com sua temida capa preta, Beiçola se transforma no super herói que a partir de uma canetada transforma a agonia dos vigaristas em alegria. O protetor de todos aqueles que tem acesso ao seu inestimável ‘bom senso’ julgador, particularmente quando são acusados de crimes de corrupção.
O super Beiçola é o mais genuíno dos heróis da terra onde o patrimonialismo, o nepotismo e o jeitinho estão impregnados no tecido social, ele é a ponta de um imenso iceberg que esconde todo um sistema de proteção ao bandido rico (SPBR). Entre milhares de defensores silenciosos desse sistema, ‘nosso’ super herói se destaca pela ousadia em encarar de peito aberto seus detratores, que desejam romper com o status quo estabelecido há séculos.
Para o Beiçola, poderosos e endinheirados tem o direito de apelar em liberdade de uma decisão judicial indefinidamente, especialmente se fizerem parte de seu círculo social. Em seu mundo, sempre prevalecerá o dogma da autoridade, que emana poder e vale mais que a lei.
Movido a ‘puxasaquismo’, tapinha nas costas, servidão e culto à autoridade, Super Beiçola é o expoente de uma terra de desiguais, guardião da impunidade, trunfo dos picaretas. Soberbo, ele afronta a esperança de quem deseja viver em um lugar melhor e deve ser incessantemente combatido.
Sua influência é efêmera, não tarda e desaparecerá. No futuro, simbolizará o ocaso de uma era. Sem a capa preta, perderá seus super poderes. Cidadão comum, lhe restará o beiço e mais nada.