Opinião

Top Gun Maverick, ou, sobre o que ainda vive em mim.

Nota explicativa

Gilberto Gil compôs “Superhomem: a canção” movido pelo testemunho entusiasmado de Caetano Veloso que acabara de ver o filme.

Genial, Gil foi capaz de captar com muita docura o relato que ouviu de seu amigo.

A certa altura, movido por amor, tentando reverter a morte de sua amada Superhomem voa ao redor da Terra em sentido contrário à sua rotação fazendo o tempo voltar. Destaco abaixo o lindo verso que fala sobre isso.

“Quem sabe
O super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher”

Levando em consideração o título desse texto, é razoável que a essa altura você esteja se perguntando, mas afinal, o que a canção de Gil pode ter em comum com o filme estrelado por Tom Cruise.

Explico.

Ainda que leonino, não se trata de comparar o texto a seguir com a obra de Gil. Não, no meu caso o que há em comum diz respeito a necessidade de transformar em registro os sentimentos que obra de arte pode lhe causar.

Foi assim que escrevi o texto a seguir, ainda de sangue quente, com aperto no peito e com os olhos lacrimejando…
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Acabo de assistir Top Gun Maverick.

Escrevo ainda sob forte emoção. Aliás, emoções, um monte delas.

DR-9641.

Essa é a placa do meu primeiro carro: o Herbie, um lindo Fusca bege, 1974, roda de cinco furos, mas com adaptador (e alargador) para quatro furos, para receber as rodas de Brasília, que o deixavam mais “invocado”.

Bancos Procar, toca-fitas de gaveta Rodstar e equalizador Tojo, completavam o meu xodó. Reforma geral, pintura polida, “porta de geladeira”.

Cheio de sonhos e hormônios, eu adorava pisar fundo na “fuqueta” ao som de Danger Zone ou Top Gun Anthem. “Gastei” a fita K-7 da trilha sonora do filme que marcou minha vida. Perdi a conta de quantas vezes assisti.

Muitos anos se passaram (trinta e seis mais exatamente) e ele ainda estava lá, me esperando para esse reencontro.

Reencontrei aquele menino de 18 anos tão sonhador. Foi um encontro emocionante e (confesso) cheio de lágrimas.

Mas afinal, o que esse filme tem de tão especial?

É mais, mas muito mais do que uma fotografia incrível, de uma trilha sonora emocionante, mais do que um espetáculo de imagem e som. Mais, muito mais que isso, é sobre valores.

É sobre coragem, é sobre companheirismo, sobre espírito de equipe.

É sobre idealismo e patriotismo, sobre o certo e o errado.

É sobre respeito, é sobre amizade, é sobre honra, é sobre lealdade e hombridade.

É sobre nunca deixar um parceiro para trás, é sobre comprometimento, sobre doação.

É sobre ter memória, sobre honrar os que se foram, é sobre pai e filho.

É sobre tanta coisa que anda em falta…

É sobre aquele moço que ainda está aqui, vivo, dentro de mim.

Marcelo Porto

Gênio do truco, amante de poker, paraíba tagarela metido à besta, tudólogo confesso que insiste em opinar sobre o mundo ao meu redor. Atuando no mercado financeiro desde 1986, Marcelo Porto, 54, também é Administrador de Empresas e MBA em Mercado de Capitais.

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