Atualidades

O vai e vem da tecnologia

Ou quando a inovação é dar uns passos para trás com pompa e circunstância

E nessa semana, mais precisamente em 18/10, foram lançados os novos MacBook Pro.

Ver os novos modelos não poderia deixar de me fazer refletir sobre o lançamento da geração anterior, cercada de pompa e circunstância, aclamada como visionária pelos fanboys da marca como sendo o futuro da computação e que eu tanto critiquei.

Não que eu não gostasse de Apples, muito pelo contrário, meu computador na época era um valente MacBook Air que me serviu por anos, mas eu via a virada radical para a USB-C como um erro, uma aposta arriscada demais. E não adiantava falar que eram fabricados milhões de pendrives (para ficar só nesse tipo de device) por dia no mundo para USB ou que fotógrafos precisavam de leitores de cartão SD. A USB-C era a solução para tudo.

Além disso, o vídeo promocional falava maravilhas do novo teclado borboleta e do sistema de ventilação. Era essa a maior inovação? Um novo teclado e o fato do computador não mais esquentar a ponto de queimar as pernas se o utilizasse no colo? (Quem teve um Mac mais antigo vai me entender).

O resultado foi a criação de uma indústria de adaptadores e lá fomos nós gastar dinheiro. Eu mesmo comprei uns quatro e recentemente, cansado de vê-los queimar, coloquei a mão um pouco mais fundo no bolso e comprei um mais robusto (pelo menos na aparência). Tudo isso para ter a capacidade de fazer o que fazia tranquilamente com as gerações anteriores.

Mas não tinha jeito. Nos fóruns de discussão, fanboys da marca ignoravam solenemente todos os argumentos acima e o fato do novo teclado ser extremamente barulhento e que permitia a entrada de sujeira, prejudicando seu funcionamento.

O tempo, sempre o tempo, acabou mostrando quem tinha razão.

Um ano depois, diante de uma avalanche de reclamações e sem reconhecer a falha (o teclado da minha esposa foi trocado na garantia), a Apple acrescentou uma película de silicone ao teclado “revolucionário” e, mais algum tempo depois, abandonou o tal “teclado borboleta” e voltou com a “tecnologia antiga” sem grandes alardes.

Ver a imagem dos “novos” computadores, com um visual que lembra a geração 2009~2012, magsafe, porta HDMI e leitor de cartão SD não poderia me fazer rir mais.

O trágico é que os fanboys nem vão se dar conta desse recuo e vão comemorar a “inovação incrível” dos novos Macs, além de acharem fantástico poder colocar mais do que 16 GB de memória (meu PC tem 32 GB e isso não é nenhuma novidade).

E para quem tem dúvidas, segue uma foto de um Mac antigo e do novo para que você possa comparar.

Porém nem tudo são críticas…

Sim, nem tudo está perdido. Os novos processadores são de fato um sopro bem-vindo de inovação em um mundo que parecia parado no antigo padrão X86.

A série M1 deu mostras do seu incrível desempenho logo na primeira geração, lançada em 2020, e tem tudo para incomodar um mercado que seguia uma única direção sem questionar.

Para quem não sabe, ele segue a arquitetura ARM, a mesma dos processadores dos smartphones e tablets, e nessa área a Apple tem muitas razões por se orgulhar. A série A que utiliza em seus dispositivos móveis, o mais atual é o A15 do iPhone 13, apresenta consistentemente uma performance superior aos concorrentes do mundo Android.

Infelizmente, as comparações de performance no site comercial foram feitas contra os Intel, dando resultados impressionantes, e não contra os M1 de primeira geração. Há alguma coisa em material técnico, mas os números são menos impactantes, como ganho de 70% no processamento e 100% nos gráficos, mas não deixa de ser um ganho.

Nessa linha li outro dia que a Samsung estaria trabalhando para ter seu próprio processador para notebooks.

O MAC OS continua sendo um dos mais estáveis e confiáveis softwares do mercado, entregando um nível de desempenho, segurança e facilidade de uso que parece impossível para a Microsoft e o seu Windows. A versão 11 do sistema de Redmond abandona o visual de linhas retas, entrega uma experiência visual muito parecida com o Mac OS e um sem número de bugs e erros, que estão gerando pacotes de atualização quase que diários.

E assim avança a tecnologia, indo e vindo.

Emanuel Alexandre Tavares

Matemático, apaixonado por tecnologia, dados e BI. Leio muito e analiso tudo o que passa por mim. Sempre levanto dúvidas e avalio a fonte. Hoje moro em Lisboa, estava precisando de um pouco mais de qualidade de vida.

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Um Comentário

  1. Eu achei q o Mac lançado na 2 feira eh na verdade um upgrade do saudoso MBP 15 Retina. Semelhante ao q aconteceu com o Mac Pro cheese grater, qdo a Apple desistiu da lata de lixo. Me parece uma queda de braço dentro da própria Apple , onde um grupo convenceu a seguir por um caminho “inovador” teclado borboleta , Usb-c.
    A própria Apple fez isso no passado qdo inaugurou USB e desfez dos floppy disks. Mas no final venceu o bom senso… mas os religiosos fundamentalistas da Apple não vai admitir o erro.

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