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Ai que saudades d’ocê, IMAX!

Top10 para relembrar dessa tela gigante: uma felicidade da minha vida interrompida pela pandemia

O Facebook me lembrou que faz exatos sete anos que eu vi Gravidade. E cinco anos do filme A Travessia. Duas experiências de cinema! Eita, que falta eu sinto do cinema. Da sala escura. Da tela grande. De me sentar nos assentos da frente, pra tela ficar maior. Dos cinemas IMAX, ainda maior. Do IMAX do Shopping Bourbon Pompeia (São Paulo-SP), aiiinda maior. De me sentar à frente no IMAX do Bourbon, aiiiiiinda maior.

Saudades do ritual. Almoço no America ou Almanara. Passeio na Livraria Cultura até a hora da sessão. Foto engraçadinha com banners dos personagens do filme. Nutty Bavarian (castanha de caju + noz-pecã glaceadas), ou então mix de pipoca doce e salgada (doce embaixo), um litro de coca-cola só pra mim (zero açúcar, afinal estou sempre de dieta…), se estivesse animado, bala de goma (prefiro falar “jujuba”). Ingressos comprados com antecedência na internet para o concorrido primeiro fim de semana de estreia. Às vezes, havia nerds fantasiados; ou até nós mesmos (eu, Viviane (esposa) e Ana Paula (cunhada)) com a camiseta do filme.

E aí, mermão, era só entrar na sala e mergulhar naquele país das maravilhas que, agora vejo, figurava entre as pequenas grandes felicidades da minha vida. Óculos 3D IMAX, os maiores e melhores. Vinheta da contagem regressiva, que me impressionava toda vez. A imagem se agigantando em minhas retinas. Minhas gargalhadas um tanto over, passando vergonha na Viviane. Minhas exclamações “Cool!” nas cenas de ação. Mini reflexos, nos desviando dos objetos em 3D ou nos desequilibrando em cenas vertiginosas. Pequena comoção na plateia na hora da ponta do Stan Lee, ou na aparição de um elemento icônico. Grandes comoções: no clímax, ou quando reaparecia o salvador da vez, ou no aplauso, no final, como se o cineasta, os atores, a produção, ou mesmo os Irmãos Lumière pudessem nos ouvir.

O primeiro longa-metragem que vi no IMAX, no Bourbon, foi uma reestreia do excelente Batman – O Cavaleiro das Trevas, em 2009. Mas o grande choque pra mim foi com Avatar. A nova geração da tecnologia 3D naquela telona me fez cair o queixo. Tanto que depois reassisti à megaprodução em outras telas e foi longe de ser a mesma coisa. Desde então, passei a fazer questão de ver filmes com destaques no visual naquele IMAX. E nesses mais de dez anos, meus cinco sentidos se inundaram de maravilhas. E me emocionei tantas vezes. E, ai! que saudades demais da conta d’ocê, nhô Aiméquis!

Vou então fazer aqui um Top10 de filmes que mais encheram meus olhos na telona do IMAX, o que aconteceu só de 2009 pra cá. Mas tem muita coisa espetacular! Sem querer ser rude, se você não assistiu a esses filmes nas telas gigantes, você não os viu de verdade!

O meu primeirão é, sem dúvida, Gravidade. Que espetáculo da sétima arte! A gente se sente rompendo o cordão umbilical do traje de astronauta junto com a Sandra Bullock, totalmente à deriva no espaço sideral! Filme memorável, um dos melhores dos anos 2010! O diretor de fotografia, Emmanuel Lubezki, é um craque. Deixei de fora da lista, com dor no coração, outro que ele fotografou e que também tive prazer de ver no IMAX: O Regresso (The Revenant), aquele do Leonado DiCaprio sendo quase destruído por uma ursa (e, depois, ganhando o Oscar por isso). Já sobre Alfonso Cuarón, o diretor de Gravidade, como eu gostaria de ter visto seu magnífico Roma também no IMAX! Ao menos, pude vê-lo no cinema, o que já foi um privilégio, já que foi uma produção da Netflix.

Voltando ao meu Top10, entre os vários de super-herói, gênero que também aproveita otimamente o formato, escolhi Os Vingadores, o primeiro. Poderia ter incluído o Ultimato, ou mesmo Mulher Maravilha, mas certamente Avengers foi o que mais me marcou. Como ver o Hulk detonando deus (Loki) e o mundo numa tela menor?

Falando em franquia marcante, assistir à volta triunfal de Star Wars, em O Despertar da Força, naquela telona, foi, pra mim, um turbilhão de sentidos e de emoções. Não podia ficar de fora!

Outra série, Missão Impossível, dá pra dizer que seus longas cabiam quase todos na lista. Inclusive o último, Efeito Fallout, foi o melhor, como filme, mas Protocolo Fantasma teve aquelas sequências de Cruise (sem dublê) no arranha-céu Burj Khalifa, de Dubai, que quase me fizeram cair do assento. Semelhante abalo tive com o não tão conhecido A Travessia (The Walk), sobre o sujeito que atravessou de uma torre gêmea à outra numa corda bamba. Fico tonto só de lembrar!

Das animações, poderia ter colocado os de esplêndido colorido meio psicodélico: Divertida Mente (Inside Out), Madagascar 3 ou A Era do Gelo – O Big Bang. Mas o aproveitamento da profundidade e perspectivas da Ginormica em Monstros vs Alienígenas permaneceram na minha memória!

Falando em colorido, impossível deixar de lembrar o visual de As Aventuras de Pi. O que foi aquele perfeito espelho marinho?

Outro: Mad Max – A estrada da Fúria, um show! Só a cena da tempestade de areia já o qualificaria para a lista. E, claro, o meu primeiro 3D no IMAX, o de Avatar, a gente nunca esquece!

Por fim, outro que sempre caprichou no visual foi o Christopher Nolan. Dunkirk foi uma experiência, e reconheço que as viagens ópticas de A Origem (Inception) faziam jus a essa lista. Mas, em termos de experiência cinematográfica, acabei elegendo Interestelar como o representante do diretor. Não foi só visual, o incrível som do silêncio do espaço foi algo que o IMAX também valorizou.

Portanto, ficou assim minha lista:

Top10 meus filmes no IMAX:

  1. Gravidade
  2. As Aventuras de Pi
  3. Missão Impossível – Protocolo Fantasma
  4. Star Wars Ep. VII – O Despertar da Força
  5. Os Vingadores
  6. Mad Max – A Estrada da Fúria
  7. Interestelar
  8. Monstros vs Alienígenas
  9. Avatar
  10. A Travessia

Quais desses vocês preferem? Esqueci algum? Pois é, só de escrever esse post, me bateu uma nostalgia. Será que vou voltar a assistir a um filme no IMAX ainda esse ano? Já soube que alguns longas que eu pretendia ver no formato, como Mulan, não vão mais rolar nem na telona. Será que meu próximo IMAX será com Tenet, do indefectível Chris Nolan? Será que vou ter coragem de me arriscar e confiar nos procedimentos do local? Será que vou conseguir meus assentos favoritos? Fazer meu ritual?

Ah, dona pandemia, sei que o pior de ti são, claro, as perdas, as sequelas e os efeitos nas vidas humanas. Mas receba também uma pequena pílula de raiva desse aprendiz de cinéfilo que se entristece de saudades do mundão veio sem porteiras das telonas gigantes!

Vladimir Batista

Vladimir Batista é escritor, professor e cinéfilo. Após 25 anos trabalhando como engenheiro em multinacionais de tecnologia, resolveu abraçar sua paixão de infância pelas palavras e por contar histórias e segue carreira na área de Letras e Literatura. Gosta de filmes e livros de gêneros variados, atendeu a vários cursos e oficinas de roteiros de cinema, de série e de técnicas de romance e tem um livro publicado pela Amazon: “O Amor na Nuvem De Magalhães”. Vladimir é casado, vegetariano e “pai” de cachorros resgatados.

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