Opinião

Estranho silêncio.

De forma bastante equivocada a meu ver, muita gente relativiza mortes por COVID19 de pessoas com comorbidades ou idade avançada.

Se a COVID19 tirou meio dia de vida de quem quer que seja, isso não pode ser deixado de ser levado em consideração. Só quem já perdeu um ente querido sabe o quanto gostaria de poder dar mais um beijo ou abraço naquela pessoa que partiu. Daria dias da minha vida por mais um abraço de meu pai.

Não há estatística capaz de ofuscar a tragédia pela qual passa o mundo e não é diferente o que estamos vivendo no Brasil. Não se tratam de casas decimais, são vidas…

A ausência de cada uma dessas pessoas que partiram vítimas do COVID19 será uma dor que levará tempo para ser superada. Todos seguiremos em frente, machucados, mas muitos de nós ainda mais pela perda de alguém próximo. Há um luto a ser vivido e respeitado.

Ter essa percepção em sua real profundidade não pode nos custar deixarmos de olhar para o futuro, de vivermos nossas vidas, de superarmos os obstáculos que certamente ainda virão e de comemorar vitórias sem que isso signifique menosprezar perdas.

É nesse sentido que me chama a atenção termos batido a significativa marca de praticamente 1 milhão de doses por dia, sem que tenha havido o devido destaque nos principais veículos de comunicação.

Se considerarmos que quase 90% das mortes estão concentradas numa faixa etária que engloba aproximadamente 20% da população, mantido esse esse ritmo em um mês já poderemos ter vacinado se não toda, boa parte dessa parcela mais vulnerável.

Por que não se dá para essa boa notícia a relevância que a meu ver ela deveria ter?

Ainda hoje fui “acusado” (brincadeira de um amigo muito querido) por minha esperança em dias melhores.

A essa altura da vida de fato escolhi o otimismo. Contudo isso não me cega, ao contrário me revela o quanto algumas questões são permeadas pela malícia que como uma peneira insistem em usar para tampar o sol.

É muito triste, mas o fato é que se a Pandemia é sinônimo de sofrimento para muita gente, além de ser um grande balcão de negócios é uma saborosa fonte de recursos públicos para gestores inescrupulosos.

Minha crença é que vem daí a “indiferença editorial” por boas notícias que (que ainda possam servir de alento para a população em geral) não atendem aos interesses escusos dos “pandeminions” daqueles que vibram por cada dia a mais de Pandemia.

Para acompanhar a vacinação:

https://vacinabrasil.org/

Rara matéria sobre o ritmo da vacinação:

https://diariodopoder.com.br/destaques-home/brasil-bate-novo-recorde-de-vacinacao-nesta-6a-feira-9367-mil-doses-em-24h

Marcelo Porto

Gênio do truco, amante de poker, paraíba tagarela metido à besta, tudólogo confesso que insiste em opinar sobre o mundo ao meu redor. Atuando no mercado financeiro desde 1986, Marcelo Porto, 54, também é Administrador de Empresas e MBA em Mercado de Capitais.

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