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Covid-19: notas terapêuticas e vacinais

Ressaltei por diversas vezes por aqui que um remédio, em geral, costuma ser muito mais preocupante  do que uma vacina, em termos de segurança de uso, porque se trata de um componente químico muitas vezes exógeno ao corpo, cujas consequências podem ser imprevisíveis.

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Misturar vacinas proporcionam diferentes níveis de crescimento da eficácia e não demonstraram até agora, tanto na prática quanto em estudos, nenhum tipo de problema ou efeito colateral diferenciado. Portanto, de modo geral, antes mais do que menos.

Por exemplo, o reforço com a Pfizer, muito usado aqui no Brasil, levou à aumentar e eficácia contra a COVID-19 sintomática, após quase 5 meses de vacinação, para 93.1% e 94% contra 44,1% e 62,6%. relativo, respectivamente, para quem tomou 2 doses de AstraZêneca e Pfizer.

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As variantes e a extensão da população de anti-vaxxers na Europa e nos EUA, reforçam a importância de se continuar buscando opções melhores de tratamento da Covid-19.

Isso explica porque, em pleno Novembro de 2021, países desenvolvidos e com recursos, ainda estão baixos no ranking de vacinação, mesmo com a pirâmide etária achatada.

Abaixo peguei os principais países da Europa ocidental juntando com os poucos países mais desenvolvidos da Europa oriental e o percentual de pessoas que tomaram as 2 doses. O correlação negativa entre casos por milhão e percentual da população que tomou as 2 doses chega a 0,57.

Os EUA está com 105 mil casos por dia na média móvel de 7 dias, o que dá 315 casos novos por milhão e está com 1.102 mortes por dia, também na média móvel de 7 dias.

Out World is Data compilou algumas estatísticas interessantes sobre taxa de letalidade por 100.000 entre vacinados e não vacinados. Isso deveria levar as pessoas, que continuam resistindo às vacinas, a refletirem um pouco, mas acho difícil porque essas pessoas já investiram muito nesse tipo de convicção e pelo mecanismo de dissonância cognitiva, seria muito complicado elas abrirem mão.

O gráfico abaixo compilou dados dos EUA relativo ao número de mortes por 100.000 habitantes em cada um do grupos. Por exemplo, óbitos entre pessoas que tomaram Moderna é dividido pelo total de pessoas que tomaram Moderna, e depois se compara com óbitos de pessoas que não tomaram a vacina dividido pelo total de pessoas que não tomaram vacina, isso expresso em número de óbitos por 100.000 pessoas.

Moderna é tida como a melhor vacina, e não se vacinar é a pior vacina, ops, não vacina

No Chile, existe o mesmo gráfico comparando não vacinados, totalmente vacinados e vacinados com booster (reforço), e aqui estamos falando principalmente da CoronaVac, a vacina predominante por lá, que foi objeto de um estudo comparando pessoas que tomaram CoronaVac com reforço da Pfizer, AstraZêneca e CoronaVac.

Vivo o booster (reforço)!

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Relativo ao Paxlovid da Pfizer, ainda não aprovado pelo FDA, que deve ser tomado em associação com Ritonavir, a eficácia, por ora, permanece em 89%, e também estão sendo feito estudos no Brasil.

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Em relação ao remédio molnupiravir, desenvolvido pela Merck, novo estudo reduziu a efetividade de 50% para  30%, fora que a FDA emitiu uma alerta de segurança relativo ao fármaco. No entanto, apesar dos pesares, o conselho consultivo do FDA acaba de a recomendar a aprovação do fármaco.

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A JAMA (terceira revista de maior prestígio do mundo em Medicina) acaba de publicar um comentário convidado corroborando as conclusões positivas sobre  a  Fluvoxamina e a Fluoxetina (que foram ampliadas pelo estudo canadense patrocinado pela fundação Bill e Melinda Gates). Ambos fármacos são antidepressivos inibidores da recaptação da Serotonina (SSRI).  3401 pacientes de COVID-19 que tomaram antidepressivo foram comparados lado a lado com  6.802  que não tomaram, via a poderosa técnica Propensity Score Matching, favorecendo amplamente os fármacos citados.

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Mais e mais estudos aparecem desqualificando a Ivermectina. Depois das fraudes constatadas, faz muito tempo que não surge um paper favorável a IVM, nem sob a forma de pré-print.

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Sobre a nova variante Omicron, apesar de algumas evidências que a variante teria uma transmissibilidade ainda maior que a variante Delta a partir de informações colhidas na África do Sul; não há ainda relatos de mortes associados a essa variante.

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Há ainda muitas incertezas sobre a variante Omicron, e o comportamentos das vacinas para essa variante. Em todo o caso, sabe-se que a variante Omicron apresenta cerca de 2 vezes mais mutações sobre a cepa original do que a variante delta. O CEO da Moderna está um pouco pessimista.

Paulo Buchsbaum

Fui geofísico da Petrobras, depois fiz mestrado em Tecnologia na PUC-RJ, fui professor universitário da PUC e UFF, hoje sou consultor de negócios e já escrevi 3 livros: "Frases Geniais", "Do Bestial ao Genial" e um livro de administração: "Negócios S/A". Tenho o lance de exatas, mas me interesso e leio sobre quase tudo e tenho paixão por escrever, atirando em muitas direções.

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