Esporte

#Tbt Jogos Inesquecíveis que marcaram minha vida

Surge a paixão pelos esportes, um Mundialito de Futebol apresenta o jogador que eu queria ser. Derrota mas minha Avó é a primeira a me consolar. É o alerta do que iria ocorrer na Copa. Uma travessura quase me impede de acompanhar a seleção. Estádio elitizado. 1981 iniciou com emoção.

Brasil 4 x 1 Alemanha Ocidental, Brasil 1 x 2 Uruguai, Brasil 2 x 1 Bolívia e Brasil 5 x 0 Venezuela – 1981

Quem são nossos ídolos do esporte e da vida?

No esporte, temos muitos, que vamos acumulando ao longo das décadas. Alguns acabam deixando de ser nossos ídolos depois de “escorregadas” na vida dura e real sem o glamour do mundo da tietagem.

Outros conseguem ter nossa admiração intacta.

Na vida, minha Avó Ana Félix de Sousa Perilo, sempre teve meu amor incondicional de neto, mesmo depois de mais de vinte anos após seu falecimento, a admiração só cresceu, junto com muita saudade, por tudo que ela representou para mim e meus irmãos, e é, sem dúvida, minha primeira ídola.

Minha Avó Ana Félix de Sousa Perilo

Dona Nice, como era carinhosamente conhecida, morou boa parte da vida em Anápolis-GO, sustentando uma família com três filhos praticamente sozinha, depois que meu Avô foi “aposentado” por conta de uma doença do coração, aos quarenta e poucos anos, com salário mínimo, e não pôde mais trabalhar.

Com isso, minha Avó trabalhava em três turnos, um no trabalho usual, outro em casa, cuidando do lar e no terceiro turno fazendo doces e guloseimas para vender e incrementar a renda.

Mudou-se para Goiânia, no início dos anos 80, quando conseguiu se aposentar, já viúva, comprando uma casa em local privilegiado, uma pracinha no Setor Sul da cidade, naquela época, um bairro nobre.

A Praça 108 foi um playground a céu aberto, sem os perigos e problemas da modernidade. Eu e meus irmãos fomos criados totalmente soltos nessa praça. As memórias e amizades de lá são mantidas até hoje.

Fiz amizade com um garoto chamado Júnior que era apaixonado pelo Vila Nova, e isso acabou por formar meu amor pelo clube. O Pai dele nos levou ao Serra Dourada no primeiro Vila e Goiás da minha vida, assistido da hoje abandonada geral. Um 0 a 0 sem tanta emoção.

Júnior foi meu primeiro professor do futebol. Aprendi com ele a bater na bola de forma clássica, por baixo, dando curva para dentro. Como sou canhoto, acabei por ser um exímio batedor de faltas durante toda a vida, mas um péssimo cobrador de pênaltis (como a tradição de canhotos preconiza).

A turma de Júnior, mais velha, fez com que eu tivesse que me desdobrar para acompanhar, outro ganho de aprendizado para o garoto de 7 anos.

Acabei sendo um bom jogador, de defesa, que batia bem na bola. Como dizia meu Pai, estilo Falcão, só que canhoto.

Até 1981, eu havia acompanhado pouquíssimos jogos na vida, tanto no estádio, quanto pela TV.

Mas naquele início de ano, o Mundialito realizado no Uruguai despertou minha paixão pelo futebol de vez. Acompanhei os jogos como se fossem uma Copa do Mundo. A TV Globo vendeu o torneio como uma prévia da Copa. Foi a primeira vez que vi Maradona em campo, e ele, até certo ponto não decepcionou, fez gol contra o Brasil em um empate em 1 a 1, na estreia do Brasil no torneio, sem, no entanto, ser um jogo que me chamasse a atenção até hoje.

No segundo jogo da fase de classificação, contra a Alemanha Ocidental, campeã em 74, o Brasil faz a melhor partida em anos, e, Zé Sérgio, a melhor partida da vida com a amarelinha. Esse, sim, posso dizer que é o primeiro jogo da seleção brasileira que tenho memória intacta de detalhes e nuances que levei para a vida toda.

Brasil x Alemanha – 1981

O auge de Zé Sérgio coincide com o início de minhas memórias futebolísticas.

Zé Sérgio

Depois que fiz a lista dos grandes jogos que marcaram minha vida, percebi que meu primeiro ídolo no futebol não foi Roberto Dinamite. Foi Zé Sérgio. E muito por conta desse jogo.

Era início de janeiro e estava de férias. A TV na casa da minha Avó era nova, uma potência de vinte e poucas polegadas. Que luxo!

A Alemanha era fortíssima, com o lendário goleiro Schumacher, o meia Magath e o ídolo Rummenigge.

Como eu iria imaginar que um ano e meio depois estaria assistindo no Maracanã esse mesmo clássico do futebol mundial?

Mas, nesse jogo, era a inauguração do Vinícius torcedor de sofá raiz.

O Brasil não contava com seu principal jogador, Zico.

Telê, bem ao estilo de querer ser inovador ao extremo, entrou com um falso 9, um falso ponta e um falso lateral. Sócrates jogando de centroavante, Zé Sérgio, destro, de ponta esquerda e Júnior, quase um meia, destro ou ambidestro como preferirem, jogando de lateral esquerdo. O futebol em campo não foi falso.

O primeiro tempo com chances de ambas as partes mas sem gols.

Minha Avó, já percebendo minha aflição, preparou o mais famoso pão de queijo, para que saísse do forno exatamente no intervalo do jogo.

Criança bem alimentada é criança feliz.

Segundo tempo e os alemães saíram na frente. Cruzamento nas costas de Júnior, comum na seleção de Telê.

Como num golpe de sorte, quando eu já estava em processo de início de choro, houve uma falta para o Brasil, que não contava com o Galinho, mas tinha Júnior, que bate muito bem e empata.

Daí para a frente o Brasil joga como Telê melhor treinava suas equipes, em contra ataques muito velozes.

E Zé Sérgio, inspiradíssimo, ditava o ritmo.

Destro, o ponta são paulino era o jogador perfeito para o esquema de Telê, que realmente odiava pontas tradicionais.

Sua clássica jogada não era o drible para o fundo do campo, como todo ponta fazia. Era o famoso “facão”, que é a corrida em diagonal invadindo a área adversária.

Viramos a partida com Cerezo, e depois, Serginho faz o terceiro, finalmente Zé Sérgio, em facão, é premiado e sacramenta a vitória épica. 4 a 1, a goleada clássica. Zé Sérgio é o melhor em campo e Luciano do Valle decreta que acabamos de ver o melhor jogador do mundo.

Quarto gol brasileiro

Em êxtase, quero correr para a praça e jogar bola, imitar os lances que acabei de assistir, mas não sem antes repetir o lanche do melhor pão de queijo da Galáxia.

Zé Sérgio no São Paulo

Fiquei muito bom em atacar em diagonal. A diferença é que como sou “cego de pé direito”, quando recebia a bola, encurvava todo o corpo, caindo para o lado do pé direito. Esse movimento clássico de canhoto faz com que o goleiro adversário também caia no mesmo sentido, abrindo todo o lado direito. Daí é só colocar a bola com o pé esquerdo no canto escancarado.

A final seria no sábado contra o Uruguai, donos da casa.

Descansaram a semana toda enquanto o Brasil jogou contra Argentina e Alemanha. O cansaço iria aparecer.

Era costume de minha Avó visitar a irmã dela Aída, e percorríamos a distância a pé, pois moravam, até certo ponto, perto uma da outra.

Digo até certo ponto porque nos meus 7 anos, quando íamos a pé, parecia ser um caminho interminável e eu chegava bem cansado.

Hoje, vejo no google que a distância é de apenas 1,1 Km. Lembro que geralmente para retornar, minha Tia Avó Aída insistia com minha Avó para que esperasse chegar alguém com carro e pudessem levar-nos de volta. Eu achava o máximo retornar de carro.

Naquele sábado, era um almoço em família e jogo do Brasil.

Tudo estava perfeito, até iniciar a partida.

A seleção uruguaia tinha Rodolfo Rodríguez no gol, De León na zaga e Rubem Paz no meio campo.

E tinham o seu Zé Sérgio, Victorino.

Waldemar Victorino havia sido o artilheiro da Copa Libertadores de 1980 com 6 gols, marcando inclusive o gol do título contra o Internacional. Iria jogar a final do mundial interclubes entre Nacional e Nottingham Forest dali a um mês.

Já havia feito dois gols no Mundialito.

O jogo foi muito mais duro e violento do que contra a Argentina e contra a Alemanha.

Beirou a pancadaria.

Da gengiva pra baixo é canela

Os uruguaios, com isso, igualaram na força o indiscutível poderio técnico brasileiro.

Saíram na frente, mas empatamos de pênalti, com Sócrates.

No final o cansaço e Victorino apareceram. Um gol uruguaio que fez Telê substituir Zé Sérgio, colocando Éder, que não resolveu.

segundo gol uruguaio, marcado por Victorino

Final Uruguai 2 a 1, e minha Mãe logo comparou a 1950.

Victorino ainda faria o gol do título mundial do Nacional um mês depois. Seus 15 minutos de fama duraram, em verdade, um ano inteiro, fantástico. Título, artilharia e gol do título na final tanto da Libertadores, como do Mundialito, e título e gol da conquista na final do Mundial Interclubes. Fosse no Brasil seria Rei em qualquer clube brasileiro. Mas o jogador que eu queria ser era Zé Sérgio.

Os uruguaios correram e pularam no poço com água que separava o campo dos torcedores para comemorar. E Comemoraram como se tivessem vencido a Copa do Mundo.

Lendário goleiro Rodolfo Rodríguez ergue a Taça

A tristeza profunda me abateu.

Eu soluçava de tanto choro e minha Avó olhava pra mim com tanto carinho e preocupação enquanto a família estava espantada diante da minha reação exagerada.

Minha Vó foi aos poucos me acalmando.

A primeira dor por conta de futebol a gente nunca esquece.

Zé Sérgio era primo de Rivellino, sofreu muito com contusões, não sendo convocado em 82, além de um caso de doping que marcou a carreira (um simples comprimido de naldecon que manchava para sempre a trajetória dos atletas, e na minha cabeça de criança fez com que ele deixasse de ser ídolo). Jogou no meu clube de coração Vasco já no final da carreira em 87.

Zé Sérgio em 1987
Zé Sérgio, “pré convocado” no álbum para 1982

A filha de Zé Sérgio, Thaíssa Presti, corredora, foi 4º lugar no revezamento 4×100 m do Brasil nas Olimpíadas de Pequim 2008. Oito anos depois, uma atleta russa, que foi medalha de ouro teve confirmação de doping (maldito naldecon, Zé Sérgio) e o Brasil ficou com o bronze. Thaíssa é bronze em Pequim e Zé Sérgio não precisa mais se preocupar com doping.

Thaíssa Presti, bronze em Pequim

Voltando a 1981, minha Avó passou a se preocupar comigo quando o Brasil perdia um jogo. Era a primeira ligação telefônica que eu recebia sempre. Tentava me consolar.

Mas aquele início de ano seguiria intenso.

A seleção se preparava para os jogos eliminatórios da Copa, e no final de fevereiro, comigo já em aulas escolares, teria importante compromisso na altitude de La Paz, contra a Bolívia.

Duas semanas antes, meu amigo Júnior foi jogar bola com os terríveis rivais da Rua 113, que ficava uma quadra abaixo da Praça 108.

Lá eu nem tinha como jogar, pois Júnior, nos seus 14 anos, era o mais novo no pedaço, quiçá eu com meus 7 anos.

Fui só acompanhando, para servir de gandula, e poder chutar a bola de vez em quando.

Numa dividida ríspida, Júnior machuca a planta superior do pé, que incha absurdamente de cara e ele nem consegue colocar o pé no chão.

Ninguém o ajudou a ir embora.

Foi para casa pulando como saci Pererê, apoiado em mim, em intermináveis duas quadras.

Quebrou o pé, engessou e ficou de molho um mês.

Uma semana antes do jogo contra a Bolívia, a seleção já contava com Zico, recuperado, e não mais com Zé Sérgio, se não me engano por conta de sua primeira de inúmeras graves contusões.

Não sabia de memória, mas verifiquei que o jogo foi num domingo e que eu não teria problemas para assistir, exceto por travessuras.

Na semana do jogo, depois que retornei da escola, fui brincar na Praça 108 e inventei de pular de um galho bem alto de uma árvore, de onde eu nunca havia arriscado antes.

Quando fui para a primeira tentativa, estava com medo real, e parecia que meu anjo da guarda avisava para não pular.

Pulei assim mesmo, “custoso” que era. (Em “goianês”, custoso = travesso).

A aterrisagem no chão foi perfeita. Como no pouso do salto triplo.

Subi novamente, saltei, mesmo avisado novamente pelo anjo da guarda.

Aterrisagem ok, sem tanta qualidade.

Como não gostei do segundo pouso, fui para o terceiro e derradeiro salto.

Dessa vez, o anjo gritou comigo e alertou dos riscos.

Dei de ombros e saltei.

Não sei porque cargas d’água caí em cima do meu braço direito.

A dor foi tanta que chorei muito e não conseguia nem virar o corpo.

A árvore era de frente à casa de minha Avó.

Minha Mãe já tinha chegado do trabalho e foi a primeira a me acudir.

Mas não sabia o que fazer, ficou estática, sem reação. Eu gritava de dor e não conseguia me mover.

Um rapaz passava pelo local e começou a falar para ela me levar pro Hospital da Criança que ficava uma quadra acima.

Ela continuava sem saber o que fazer.

Ele se dispôs a ajudar, me virou, ergueu e me colocou no colo, me carregando pelos mais de 200 m da Praça até o Hospital.

Fratura exposta no braço direito.

Naqueles tempos, a estadia no hospital era longa, fiquei uma semana internado.

Não sei como minha Mãe pagou pela internação.

No segundo dia no hospital, uma Mãe chora compulsivamente no corredor e preocupa a minha Mãe que não queria que eu visse nada, mas pergunto o que estava acontecendo. Fico nervoso.  A Mãe que chorava havia perdido o filho. Que tristeza. Fico com medo de morrer também.

Mas minha preocupação maior era o jogo do Brasil no domingo, queria assistir de qualquer jeito. Insisti que deveria receber alta, em vão.

Minha Mãe, ao melhor estilo da mãe de Nick Hornby (No Livro Febre de Bola, a mãe do autor fazia de tudo para conseguir os ingressos dos jogos do Arsenal para o filho), se virou de todo jeito para arrumar uma televisão no hospital.

Depois de muita luta conseguiu que uma TV fosse disponibilizada pelo menos no segundo tempo.

Primeiro tempo de empate em um a um e a TV chega no quarto.

Minha Mãe me alerta para não fazer barulho.

Reinaldo (Rei! Rei! Rei! Reinaldo é nosso Rei!) faz um giro incrível de centroavante e solta uma bomba. Golaço!

Reinaldo é do Galo!

Eu grito: –  Gooooooool!

Minha Mãe dá uma bronca e corre para a porta para ver se alguém no corredor iria chamar a atenção.

Cerezo é expulso.

Eu caio no sono, diante de muitos remédios que devia estar tomando.

Minha Mãe, espertamente, retira a TV e a devolve.

Eu acordo e pergunto do jogo, minha Mãe responde que já acabou. Pergunto quanto terminou, ela, diz sem segurança que o Brasil venceu. Pergunto quanto foi. Ela sai do quarto com uma desculpa e volta com a notícia da vitória por 2 a 1.

Fico satisfeito.

Uns dias depois recebo alta mas com braço engessado por um mês.

A seleção iria passar por Goiânia.

Pouco mais de um mês após o jogo com a Bolívia enfrentaríamos a Venezuela no Serra Dourada.

Fiquei louco para retirar o gesso e poder ir ao jogo.

Com três semanas de gesso, fiz minha Avó me levar ao médico para retirar o gesso.

O médico que me operou estava de férias e o substituto prefere que eu aguarde mais uma semana.

Saio do hospital inconsolável.

Na semana seguinte finalmente retiram meu gesso e fico livre para voar novamente, nem tanto.

Peço para minha Mãe me levar ao jogo, sem sucesso. Talvez pudesse ir com Júnior, mas o pai de Júnior desiste de ir por conta dos preços abusivos.

Numa pesquisa rápida vejo hoje que no jogo do Brasil na semana anterior ao confronto de Goiânia, uma vitória sobre a Bolívia no Maracanã, a renda foi de Cr$ 29.417.450,00 (Vinte e nove milhões de cruzeiros), para 121 mil pagantes, ingressos em média a Cr$ 240,00 (duzentos e quarenta cruzeiros) por pessoa.

Em Goiânia o jogo rendeu Cr$ 24.328.500,00 (Vinte e quatro milhões de cruzeiros) para pouco mais de 34 mil pagantes, ingressos em média a Cr$ 710,00 (Setecentos e dez cruzeiros) por pessoa.

O salário mínimo era de Cr$ 5.788,80, portanto o custo era de 12% do salário mínimo.

Hoje, o ingresso custaria R$ 128,00 (Cento e vinte e oito reais). Muitíssimo caro para a Goiânia do início dos anos 80.

Não teve jeito e não tinha transmissão para a “praça” onde o jogo iria acontecer.

Perdi o show do Brasil, um 5 a 0 com “apenas” um gol de Zico, que estava gripado.

Brasil x Venezuela

Zico havia feito um “hat trick” contra a Bolívia no domingo anterior.

Já para Goiânia, além dos preços abusivos, o jogo acabou “esvaziado” por conta da dúvida na escalação de Zico durante a semana.

Mas naquele domingo de jogo do Brasil, eu estava de volta aos gramados, ou melhor, de volta à Praça 108, brincando normalmente, e Júnior jogando e batendo bola com o pé recuperado.

O início de 1981 foi intenso e transformou meus gostos, me tornando definitivamente um amante do futebol.

Minha Mãe e minha Avó puderam ter sossego por algum tempo, sem ter a preocupação comigo, o mais “custoso” da família, sem dúvida.

Zé Sérgio, o primeiro ídolo foi esquecido, até injustamente, era realmente um craque.

Vó Nice foi minha Mãe, Pai, Vô e Vó ao mesmo tempo. Uma craque nunca esquecida.

Uma parte da família reunida

Vinícius Perilo

Vinícius Perilo, 47 anos, é engenheiro civil apaixonado por todos os esportes. Tudo começou no Ursinho Misha em Moscou 80, e, a partir daí, acompanhando ídolos como Oscar, Hortência, Bernard, Jacqueline, Ricardo Prado, Joaquim Cruz. Ama futebol como todo brasileiro, faz parte da geração que chorou de tristeza a derrota de 82 e de alegria com o Tetra em 94. Realizou um sonho de criança e conduziu a Tocha Olímpica para a Rio 16. Ainda acredita no Brasil olímpico.

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