Pra que isso, Rede Globo?
Lá vou eu de novo falar da Anitta. Vocês já devem achar que é alguma obsessão. Pra dizer a verdade, eu lembro da existência dessa “artista?” talvez umas duas vezes por ano. Ontem durante o show da virada foi uma delas.
Tive o privilégio de passar a noite de réveillon com pessoas muito queridas. Um delicioso ambiente familiar onde gerações de crianças, pais e avós confraternizavam e se divertiam. Na televisão, ficou a TV Globo, por força de hábito mesmo, já que na minha geração (nascida na década de 1980) o default da virada era a telinha nessa emissora, acompanhando o Réveillon do Faustão.
Mas na entrada de 2025 obviamente não estávamos na compania do Faustão, e sim da Anitta.
Na minha festinha, os papos estavam ótimos, então raramente olhávamos para a televisão. Nas ocasiões em que olhei, me deparei com cenas estranhas de uma bunda (bem torneada diga-se de passagem) exibindo movimentos no mínimo peculiares. Era uma mistura de tremor com balanço e convulsões, cheguei a ter a sensação que o bumbum da Anitta tomou vida própria e piscou pra mim.
Notei que as crianças prestavam mais atenção na televisão do que os adultos. Depois vim tomar conhecimento das letras das músicas. Frases poéticas como “Qual o tamanho dessa pik”, “Sou bem put” e “Eu sei pagar bOket#”.
Sou crescidinha e tanto as letras de mau gosto como a bunda chacoalhante da Anitta não me chocam. Como se diz em inglês “I couldn’t care less”.
Mas continuo achando esse tipo de espetáculo em TV aberta uma forma destorcida e desnecessária de expor crianças e adolescentes à sexualização.
Há quem diga que Anitta é a musa do empoderamento feminino. Minha opinião é que vulgaridade não empodera ninguém. Acredito que a mulher se torna mais atraente, interessante e realizada quando sabe usar com sutileza seus atributos físicos, sua gentileza e seu intelecto.
Voltando ao show da virada, não faltam opções de artistas que poderiam apresentar lindos espetáculos sem apelar pra tamanha baixaria. Pra que isso mesmo, Rede Globo?
Aproveitando, feliz ano novo!
Concordo com você. Gosto é gosto, ou mal-gosto , de cada um. Lamento toda essa forma de mercantilização de tudo. Paciência. Tempos modernos.
O Moraes vai te pegar.