AtualidadesBrasilOpiniãoRápidas

Sábado, 27 de fevereiro de 2021 …

Ontem, o Brasil registrou a pior média móvel de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia.
1.178 brasileiros morreram, em média, nos últimos sete dias.

Só que, à noite, algumas centenas de paulistanos acharam que tinha algo melhor a comemorar do que estes frios e lúgubres números:

Segundo postagens em redes sociais de vizinhos, foi uma festa de 15 anos em um buffet na Oscar Freire.
Ontem.
Com mais de 1.000 óbitos diários de covid.
Com UTIs lotadas e filas de espera.
Com horas de fila no drive-thru pra vacinação na capital.

2 dias antes, em sua live semanal, o presidente Bolsonaro citou “estudo de universidade alemã” para desestimular o uso de máscaras. O “estudo”, na realidade, era uma enquete online , sem rigor científico nem estatístico.

Me desculpem, a gestão da pandemia pelo governo federal talvez seja a pior do mundo, mas é o representante ideal da mentalidade de enorme parcela dos eleitores brasileiros …

Nesta balada da Oscar Freire há 2 constatações pra gente pensar:

  • Quem tem grana pra bancar um buffet na Oscar Freire não é povão, de baixo nível educacional ou cultural, influenciado porque “o presidente Bolsonaro aglomera sem máscara”;
  • Buffets não tiveram sua reabertura permitida no estado de São Paulo desde o início da pandemia e, ainda mais nesse sábado, já estava em vigor a nova lei de toque de recolher a partir das 22:00.
    Se deram a festa, é porque sabiam que teriam as “costas quentes” e a festa não corria risco de ser interrompida por forças policiais.

Ai, fica a pergunta de 1 milhão de dólares:

Quem é pior?

Aquele que fala besteiras sem pudores em toda entrevista, é um pessimo exemplo de comportamento e catastrófico na gestão da crise?

Ou aquele que, com câmera ligada, discursa sobre decisões sempre baseadas na ciência e, nos bastidores , decreta lockdown e viaja pra Miami ou, supostamente, faz “vista grossa” pra festas quando ele é, hierarquicamente, o commander-in-chief das forças policiais em seu estado?

Outra pergunta de 1 milhão de dólares.

Lendo sobre o aumento diário no nivel de ocupação das UTIs, em São Paulo e pelo Brasil:

Ano passado , foram montados hospitais de campanha em poucas semanas, mesmo com a surpresa da chegada abrupta da epidemia, da falta de equipamentos importados, como respiradores, e com a necessidade de fazer a logística e realocação de profissionais.

Foram desativados no 2º semestre, com a queda dos números dos casos.

Pergunta: com a visível , consistente e previsível subida da curva de casos e óbitos nos últimos meses , por que não foram reativados?

Ate porque aqueles equipamentos importados no 1º semestre continuam existindo, devem estar armazenados em depósitos, e o know-how dos desafios acima já é conhecido e podia ser replicado muito mais rapidamente…

Gui

Sou o Gui. Fiz arquitetura, pós em marketing, MBA em comércio eletrônico. Desde criança , quando adorava ler Julio Verne, eu gosto de explorar, descobrir novidades. Aqui no Papodeboteco vou conversar contigo sobre descobrir como podemos explorar nosso tempo livre.

Artigos relacionados

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Send this to a friend