Os três dias mais longos da história
Está chegando a hora. Quatro anos depois, o Brasil se vê novamente diante da oportunidade de varrer o PT do governo federal. Em 2014, ao insistir no erro, ganhou de presente o pior quadriênio de sua história e 14 milhões de desempregados.
Esse ano, ao contrário, o favoritismo é de seu oponente, pela primeira vez fora das hostes tucanas, o deputado Jair Bolsonaro, que até há pouco tempo era mais famoso por suas frases de efeito do que pela sua atuação parlamentar.
Foi uma campanha de baixíssimo nível, suja e superficial, como é rotina no Brasil, com propostas populistas, sem menção à gravíssima situação fiscal do país e nenhuma discussão séria sobre o futuro e as medidas impopulares necessárias para reorganizar as contas públicas.
Diante desse quadro desolador, a dúvida é certamente melhor que a certeza, uma vez que do PT sabemos o que esperar, nada mais que o aprofundamento da crise econômica, o relaxamento no combate à corrupção e a irresponsabilidade fiscal.
Pelos dois maiores institutos de pesquisa, Datafolha e Ibope, que ao longo dos últimos anos não se cansaram de errar feio, a 3 dias da eleição as intenções de voto estão similares ao momento de largada no segundo turno, conferindo a Bolsonaro uma vantagem entre 12 e 14 pontos percentuais, que já foi levemente maior. Com 94% dos eleitores manifestando a certeza do voto para o capitão, a fatura parece liquidada, a menos que surja um inesperado tsunami nos próximos três dias.
Dito isso, minha sensação é a mesma que a de um torcedor cujo time na final do campeonato vence por 3×0 e toma um gol aos 35′ do segundo tempo. É improvável perder o título, mas não impossível. Todo cuidado é pouco.
O tempo que resta trará consigo um alto nível de ansiedade. Se eu pudesse, pularia os próximos três dias e iria direto para às 19 horas de Domingo, poupando-me da cansativa rotina de acompanhar o noticiário político e as redes sociais, que nesse momento só falam disso. Aliás, essa foi a semana mais longa dos últimos anos, está passando em câmera a lenta, testando nossa paciência.
Não vejo a hora do Brasil começar um novo capítulo, livre do duopólio de petistas e tucanos, com a bandidagem acuada. É verdade que a incerteza seria o primeiro sentimento associado a essa etapa, mas poderia ser superada pela moderação, tão comum aos bravateiros oposicionistas quando assumem o poder.
Domingo será dia de escolher entre um passado desastroso e um futuro incerto, que nesse momento é o cenário mais otimista que temos. A sorte está lançada. Passe logo, tempo. Voe.
Muito bom, Victor, como sempre!
Também estou ansiosa par que chegue domingo e tudo isso se resolva – ou não.
Grande abraço!