Brasil

Os terroristas….contra a coerência

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Olhem as fotos acima. Três ‘macacos (as) velhos (as)’ da política paulista. Se você vasculhar as declarações deles em um passado não muito distante, descobrirá  que todos já se criticaram uns aos outros. Coisa básica? Não. A menos que incompetência faça parte do rol das virtudes dos gestores públicos brasileiros.

Andrea Matarazzo é um tucano original que se converteu ao PSD, partido mais ‘nem-nem’ da política nacional: nem esquerda, nem direita, nem governo, nem oposição. Derrotado nas prévias do PSDB, atribuiu ao vencedor, João Dória, táticas petistas de convencimento dos filiados. Magoado, abandonou o tucanato e juntou-se a Gilberto Kassab, ex-vice de José Serra que alçou voo solo pelo PSD, ministro de Dilma e Temer, crítico mordaz da gestão Marta Suplicy, tal qual seu novo aliado.

Marta, petista histórica, ferrenha defensora de Dilma Roussef até sua reeleição, é a neo-peemedebista candidata à prefeitura paulistana, hoje adversária ferrenha do petismo. Quem te viu, quem te vê. Trocou um sem-número de farpas com Kassab, que a derrotou nas eleições para prefeito. Também cansou de detonar o PSDB de Matarazzo, que por sua vez qualificou a gestão da ex-petista à frente da prefeitura como trágica.

Os três ex-adversários estão juntos. Matarazzo, que não ultrapassava 3% das intenções de voto nas pesquisas de opinião, será o vice na chapa de Marta, por ora em segundo lugar, embora muito próxima do terceiro, quarto e quinto colocados. A união engordará o tempo de TV da dupla e entrará para a história política local como mais um atentado à coerência. Mas não há de ser nada, para quem já viu Lula e Maluf se aliarem como grande amigos em 2012. Anormal seria vê-los empunhando suas bandeiras históricas.

No Brasil, políticos são terroristas que atentam contra a coerência a todo momento. E não se pode dizer que são mudanças de posicionamento graduais, decorrentes de uma profunda revisão de conceitos. Fosse isso, ok. Ninguém precisa ser prisioneiro das mesmas ideias pela vida toda.

A realidade é que no dicionário da politicalha não consta o termo coerência. Para quem ainda não se acostumou, deixemos claro: quem decide o direcionamento dessa turma é o vento. O eleitor é apenas um detalhe sem importância.

Victor Loyola

Victor Loyola, engenheiro eletrônico que faz carreira no mercado financeiro, e que desde 2012 alimenta seu blog com textos sobre os mais diversos assuntos, agora incluído sob a plataforma do Boteco, cuja missão é disseminar boa leitura, tanto como informação, quanto opinião.

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