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Criminalistas reclamaram do tratamento dispensado a Sergio Cabral pela PF em Curitiba, novo lar do maior corrupto da história do Brasil. Segundo eles, sua chegada algemado nos pés e mãos foi um tratamento animalesco. A reclamação ecoou na mídia, e alguns jornalistas entraram na onda do coitadismo tupiniquim, aquela pena irresistível de bandidos que invade o coração generoso de muitos brasileiros.

Sérgio Cabral é um criminoso perigoso. Sua quadrilha assaltou o estado do Rio de Janeiro na surdina, deixando-o à míngua, quebrado. É um assassino indireto: quantas vidas não poderiam ter sido salvas em hospitais, acidentes evitados em estradas, esperança renovada em escolas, se o volume bilionário de dinheiro roubado não fosse desviado. Bandido anda algemado quando se locomove. Qual é o problema, criminalistas?

Essa imagem é um alento para o brasileiro normalmente sem esperança, cansado das maracutaias e da impunidade reinantes por aqui. Ela é o sinal que algo mudou, e para melhor. Seria impossível há alguns anos. É verdade que os políticos com mandato seguem impunes, protegidos por um STF instável e leniente. Mas quando o perdem, passam automaticamente a responder pelos seus atos como cidadãos comuns e a cadeia pode ser seu destino. Eventualmente, até quem tem mandato dança. Eduardo Cunha e Paulo Maluf que o digam. Empresários poderosos, compradores da alma dos políticos, estão presos ou em domiciliar. Muito embora o grande chefe dificilmente tenha o mesmo destino, é inegável que progredimos.

Essas fotos revigoram a esperança de um país melhor. Guardemos para os momentos de inconformismo, que nos acompanham em nossa rotina, servirão para aplacá-lo. Ao Sérgio Cabral, nossos votos de uma longa e produtiva jornada na capital paranaense.

Victor Loyola

Victor Loyola, engenheiro eletrônico que faz carreira no mercado financeiro, e que desde 2012 alimenta seu blog com textos sobre os mais diversos assuntos, agora incluído sob a plataforma do Boteco, cuja missão é disseminar boa leitura, tanto como informação, quanto opinião.

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