Mais um que se vai…
O algoz do Brasil na Copa de 82 foi ao encontro de outros que também partiram esse ano...
Paolo Rossi, algoz do Brasil na copa de 82, faleceu hoje com 64 anos. Não há até o momento notícias sobre a causa da sua morte.
Aqueles 3×2 da Itália sobre a seleção canarinho foi o jogo mais marcante de minha vida futebolística, porque me pegou ainda criança, com 9 anos, sem a ‘casca’ emocional para relativizar as tristezas com resultados do futebol, que vai sendo constituída com o tempo…
Eu me lembro de ter assistido a todos as partidas anteriores do Brasil com a mesma roupa e casualmente ter mudado nesse dia, quem sabe não fui eu o causador da tragédia. Mais tarde vim a descobrir histórias semelhantes de gente que à época tinha idade parecida, superstições mirins.
Não acompanhei mais a carreira do Paolo Rossi depois daquela Copa, mas sei que seu auge foi ali. Aliás, o apogeu da sua carreira foi naquela partida. Depois dela, ele assinalou mais 2 gols na semifinal e 1 na final, totalizando seis, encerrando a competição como artilheiro e levando Itália ao inédito tricampeonato. Coisas do esporte, um país inteiro ficou meio enlutado por causa dele, foram 120 milhões de almas tristes, outros 50 milhões choraram, só que de alegria. Nesse dia, Fernando Vanucci, que também partiu há pouco, lacrimejou e embargou a voz ao vivo na TV. Eu fiquei com a cara inchada de tanto chorar.
As consequências dessa derrota injusta foram imensuráveis para o Brasil, que começou cada vez mais a valorizar a defesa sobre o ataque, congestionando o meio de campo com marcadores de pouca criatividade. A culpa não foi do Paolo Rossi, que fez seu papel com excelência. Quem sabe tenha sido o destino…sei lá, eis um tema que já foi esgotado por especialistas, cada qual com seu pitaco.
A saída de cena de um personagem que marcou nossas vidas por alguma razão nos traz sempre pitadas de nostalgia misturadas com reflexões. Essas partidas precoces (Maradona 65, Rossi 64, Vanucci 69) nos dizem que o tempo é implacável e passa para todos nós, e a pergunta é… enquanto isso, o que estamos fazendo ele? Notem que o tema do artigo parece ser de esporte, mas não é…
