Opinião

CADÊ OS PAIS DESTA CRIANÇA

Quanto mais me aprofundo nos problemas do nosso país, mais me dou conta do peso que têm algumas ideias que vêm sendo implantadas na cabeça das crianças e jovens. Nas escolas de forma geralmente sutil, no meio artístico de forma implícita, nas universidades de forma explícita.

Os jovens crescem acreditando que existem basicamente duas visões de mundo. A do bem e a do mal. A de esquerda sendo a do bem. O pacote de ideias que é imprimido em suas mentes vai nessa linha:

– Precisamos defender minorias, ignorando que o indivíduo é a menor minoria que existe.

– Precisamos dividir melhor (não criar mais) riquezas no nosso país. Faremos isso tomando dos ricos pra dar para os pobres, embora eles mesmos normalmente não estejam sequer dispostos a dividir o quarto com o irmãozinho.

– Bandidos são vítimas da sociedade. Eles não têm outra escolha, como se todas as demais pessoas vindas da mesma condição não tivessem feito outras escolhas.

– Governantes devem promover a justiça social, por isso eles precisa ter muito poder, mesmo que usem esse poder para injustiças.

– Quem promove o crescimento econômico é o Estado. Logo, quanto mais ele gastar, melhor, ignorando o fato de que gastos públicos em excesso geram inflação e deixam todo mundo mais pobre.

Essas teorias não são novidade pra ninguém. O que venho a questionar aqui é: onde estamos nós, pais dessas crianças e jovens, enquanto professores, artistas e intelectuais enfiam na cabeça de nossos filhos uma única visão de mundo, da qual muitos de nós não concordamos?

Estamos ensinando nossos filhos a refletir e não aceitar tudo que escutam como verdade absoluta? Estamos os ensinando a rebater professores quando querem impor suas visões sobre o mundo? Estamos os ensinado a olhar com ceticismo o que muitos artistas pregam? E mostrando que esses mesmos artistas são beneficiados financeiramente por esses governos, enquanto a maioria da população, não é?

Ao que tudo indica, o Brasil está prestes a reeleger Lula, uma figura que além de comprovadamente corrupta, é hoje o mais influente representante do ideário de esquerda no Brasil. Estarrecidos, nos perguntamos: como é possível que isso esteja acontecendo?

A situação econômica e inflação mundial são explicações óbvias. Outra explicação é a sucessão de erros de Bolsonaro, incluindo uma comunicação sofrível, principalmente durante a pandemia, o que fortalece qualquer um que faça oposição a seu governo.

Mas há uma explicação não tão óbvia e discutida: a omissão.

Talvez nós pais (e aqui falo por liberais e conservadores), por preguiça, medo do enfrentamento ou falta de consciência, temos nos omitido de reforçar os valores que acreditamos a nossos filhos.

Talvez o moleque de 14 anos chegava em casa papagaiando as teorias que seu professor de história havia lhe ensinado “Papai, sabia que a culpa do Brasil ser pobre e atrasado é do imperialismo americano?”. Papai e mamãe ao invés de provocarem um questionamento das nossas próprias escolhas como brasileiros ao longo da história, não queriam começar uma discussão ou reflexão no meio do jantar. Eles apenas se entreolhavam, com aquele ar de “quanta bobagem, mas depois isso passa” e esperavam que por osmose, em algum momento o moleque caísse na real.

Eventualmente cai mesmo. Talvez com 30 ou 35 anos, quando precisa trabalhar pra sustentar sua família e percebe o quanto o Estado o inferniza. Ou talvez não caia nunca e faça parte dos socialistas de cabelo branco.
Mas até que passe, já elegeram Lula e um monte de deputados do PSOL, fazendo com que seja impossível que nosso país saia do atraso e da pobreza de forma sustentável e duradoura.

Portanto fica a reflexão para você pai e mãe, mas também avós, tios e educadores que não comungam do ideário progressista: fique atento às ideias que crianças e jovens estão trazendo pra casa, ao que estão lendo e assistindo. Discuta respeitosamente com eles esses temas, instigue-os a refletir profundamente sobre as consequências da implementação do que estão defendendo.

Aponte exemplos de sociedades atuais que foram por este caminho, como Coréia do Norte, Cuba e Venezuela. Lembre-os de que até hoje não existe um único caso de sucesso do socialismo aplicado na prática. Esclareça que países nórdicos possuem os mais altos índices de liberdade econômica do mundo, o que os caracteriza como economias capitalistas. Sim, ele dirá que Suécia é socialista, o que é mentira, desmentida pelo próprio primeiro ministro na época.

Isso não te fará um pai/mãe chato, careta ou implicante. Fará de ti corajoso e coerente. Afinal, estarás fazendo um bem enorme a seus filhos, e a toda sociedade.

Não feche os olhos, não se cale, não se omita

Tatiana Poroger

Tatiana Poroger

Paulistana, graduada em administração de empresas pela Pace University NY, trabalhou no mercado financeiro, em gestão de educação e na área comercial, até se descobrir no marketing digital, onde atua até hoje. É também ativista política, colaboradora do Ranking dos Políticos, além de curiosa e palpiteira.

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2 Comentários

  1. Eu do alto dos meus 62 anos, me pergunto todos os dias. ” o de eu estava ” que não me importei, não percebi, que meus filhos estavam passando por uma lavagem cerebral? Talvez, por morar numa cidade pequena, ambos foram estudar fora com 16 anos. Só retornavam nos finais de semana ou férias. Ambos moraram fora do país, também. Qdo estávamos juntos, era só alegria. Hoje piso em ovos. Nada que eu fale ou faça é politicamente correto. E tenho dois netos, que com certeza serão doutrinados também. E eu paguei com muito suor trabalho duro por essa nefasta formação

    1. Poxa Carmem, me entristece ler o seu relato. Mas que sirva de alerta para outros pais com filhos em idade escolar. Foi também nessa intenção que escrevi o texto.
      Espero que consiga ter um contato próximo com seus netos e lhes trazer perspectivas diferentes.
      Um abraço,
      Tatiana

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