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Ôrra, Meu!

Orgulho de ser paulista

O fim de semana de 9 e 10 de julho é o que mais me orgulho em ser paulista! No sábado comemora-se o 90º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, o mais importante feriado do estado e, no domingo, o Dia Mundial da Pizza!

Em relação ao segundo, não há discussão: em São Paulo come-se a melhor pizza do Brasil, talvez do mundo, e pronto.

Já em relação ao primeiro, aí o assunto rende um bom papo de boteco…

Resumindo, a Revolução foi uma guerra civil entre o estado de São Paulo, apoiado por Mato Grosso, contra o governo federal de Getulio Vargas, apoiado pelos governos estaduais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Getulio tomou o poder em um golpe de estado em 1930, não respeitava a constituição em vigor, e seu governo descambou para a ditadura do Estado Novo. São Paulo insurgiu-se contra a situação, pretendeu derrubar o ditador, mas não foi apoiado pelos demais estados e perdeu aquela que talvez tenha sido o mais próximo de uma guerra que ocorreu em solo brasileiro.

Ou melhor, o estado perdeu a batalha, mas ganhou a “guerra”: foi a partir de 1932 que consolidou-se o DNA paulista, com particularidades distintas da maior parte do país, que talvez seja o principal motivo de ser desde então o estado economicamente mais forte do Brasil.

Tempos difíceis formam homens fortes
Homens fortes criam tempos fáceis
Tempos fáceis geram homens fracos
Homens fracos causam tempos difíceis

Aquele ano de 1932, para São Paulo, foi um tempo dificil, em que o paulista foi exigido na adversidade da luta , criatividade na escassez, resiliência nas dificuldades, iniciativa nas soluções. Foi quando consolidou-se nossa vocação e propósito. E, principalmente e mais importante, nossa imagem de que Governos servem para não atrapalhar nosso trabalho!

O paulista não vota para prefeitos, governadores e presidentes naquele que faz promessas de estado provedor. A gente prefere aquele que valoriza o trabalho duro e que cria o ambiente de negócios para que cada um, empresário, empregado ou autônomo possa tocar sua vida, com seus próprios esforços.

Este foi a principal razão do ex governador João Dória ter altissima rejeição junto à população do estado, apesar de que o seu governo, tanto municipal quanto estadual, tenha sido positivo: sua atuação durante a pandemia de covid19, em que suas medidas sanitárias impediam ou atrapalhavam o paulista de trabalhar livremente, foi algo que o eleitorado não perdoa.

Muitos dizem, pejorativamente, que a revolução de 32 tinha um caráter de Secessão, que São Paulo desejava separar-se do resto do país.

Falácia.

Queríamos respeito à constituição e derrubar um ditador que tomou o poder ilegalmente. E, vá lá, a retirada de 1 estrofe da letra do hino nacional:

Deitado eternamente em berço esplêndido…

É a principal diferença entre S˜ão Paulo e grande parte do resto do Brasil . É esta maldita frase que faz a maior parte da população se auto-enganar achando que somos gigantes pela própria natureza … belo, forte, impávido colosso … e que espontânea e gratuitamente o futuro espelha essa grandeza . São raros os brasileiros que realmente honram o Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Já há algum tempo eu tenho a opinião que não existe mais a divisão do mundo entre Capitalismo e Socialismo. Nem mesmo quem se diz socialista acredita no socialismo. Pelo contrário, eles dependem do capitalismo para viver! Pergunte para qualquer professor de história se ele ainda acredita naquela baboseira de:

De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades

A divisão que existe hoje em dia é entre Quem financia o Estado e Quem recebe do Estado. Entre quem paga impostos e quem usufrui de serviços públicos. Enfim, voltando à definição anterior do DNA paulista, entre quem quer que o estado não atrapalhe e quem deseja que o estado seja provedor.

Vêm daí a divisão entre os extremos dos polos opostos: de um lado os militantes do vitimismo, do outro, os que acham tudo isso um mimimi …

No fundo é entre aqueles que exigem cotas, bolsas, subsídios, crédito, isenções, “gratuidades”, resgate de dívidas históricas … contra os que financiam isso tudo com a realidade do suor do dia-a-dia de seu próprio trabalho, porque sabem que não existe almoço grátis. E, pior, ainda são chamados de “exploradores” quando são bem sucedidos no que fazem e justamente remunerados pelo seu sucesso.

Imposto” é a palavra favorita deles.

O imposto define tanto a fonte financiadora das “gratuidades” que eles consideram um dever do estado fornecer e direito adquirido deles receber, como também remete a seu verbo favorito: é imposta por uma minoria barulhenta a exigência de toda uma pauta e agenda de comportamento, costumes e linguagem que devem ser engolidas, mesmo contra a vontade, pela maioria silenciosa.

Este segundo semestre que se iniciou há 9 dias atrás promete ser um dos mais sangrentos que o país já viveu. Não literalmente, como na revolução de 32, mas por conta das eleições irão ocorrer muitas discussões entre amigos, familiares, colegas, por conta destas 2 visões de mundo que descrevi acima.

Se conselho fosse bom, não seria de graça, mas deixe eu te dar um toque: Se você quiser mudar o voto de alguém ou convencer quem pretende anular ou abster-se para que compareça e vote, use este conceito que descrevi acima (“Quem financia o Estado e Quem se beneficia do Estado“). Lembre para a pessoa em qual lado ela está. E, a partir daí, mostre que um dos candidatos é claramente do lado oposto do dela.

Aposto uma pizza paulistana que, com esta abordagem, você terá mais sucesso em reverter votos que estariam indo pro lado errado …

Gui

Sou o Gui. Fiz arquitetura, pós em marketing, MBA em comércio eletrônico. Desde criança , quando adorava ler Julio Verne, eu gosto de explorar, descobrir novidades. Aqui no Papodeboteco vou conversar contigo sobre descobrir como podemos explorar nosso tempo livre.

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