A Coronavac é a vacina contra a COVID-19 que está sendo aplicada aqui na proporção de 4 em cada 5.
Infelizmente, a vachina (apelido depreciativo de muitos bolsonaristas à vacina de origem chinesa) tem sido alvo de uma intensa campanha virtual negativa.
Quero aqui ser muito breve e objetivo.
Então vamos lá:
1) A CoronaVac tem baixo nível de anticorpos neutralizantes.
Só que uma vacina é mais do que nível de anticorpos neutralizantes.
Como a Coronavac é feita de vírus inativados, há boas evidências que ela provavelmente oferece proteção múltipla a vários componentes do vírus e não apenas à proteína spike (que é o caso das vacinas de RNAm, como a da Pfizer), o que faz com que o nível de anticorpos neutralizantes fique mais baixo e isso não significa baixa imunidade.
O nível de anticorpos neutralizantes é medido em relação à proteína spike, a proteína que possibilita a entrada do vírus na célula humana. No entanto, se o vírus consegue entrar na célula, mas, por exemplo, não consegue se reproduzir ou sair da célula; o efeito termina sendo o mesmo!
2) A Coronavac não é eficaz contra as variantes.
Muito pelo contrário: as evidências mostram que a tecnologia descrita acima tende a torná-la mais resistente a mutações do que algumas outras vacinas.
Isso foi evidenciando na prática em relação a variante amazonense (p1), sul africana e fluminense (p2) e que também, pelo menos por ora, deverá valer para novas variantes, enquanto o vírus não mudar demais.
3) A eficácia de 50% da Coronavac é muito baixa
Uma confusão imensa que se tem feito por aí é declarar que a eficácia medida do vírus é de 50%.
Vale ressaltar que a vida real também é um “laboratório”, de certo modo: uma medição no Hospital das Clínicas em São Paulo em ambiente real de ministração da vacina encontrou efetividade de 73,8% após a segunda dose, talvez seja pelo nível de exposição aumento nas pessoas que participaram dos estudos.
Em todo o caso, o número de 50% é apenas uma meia verdade, porque omite detalhes importantes e relevantes. Enquanto seja verdade que muitos vacinados poderão ainda pegar a COVID-19, estudos indicam que o percentual de casos graves será extremamente baixo, sendo que a grande maioria não terá sintomas ou apenas desenvolverá sintomas leves.
Isso foi verificado não apenas no Brasil , mas também na Turquia.
Dentre os milhares que participaram dos testes, não foi registrado NENHUMA hospitalização.
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Em suma, você, leitor, consciente de tudo isso, poderia ajudar a convencer pessoas próximas, que estão hesitantes, a perder o medo e aceitar ser vacinado.
Se esse tipo de iniciativa viralizasse, seria ótimo para todos!
Quanto mais pessoas forem vacinadas, mais rápido chegaremos ao outro lado dessa terrível jornada.